terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Avaliação de Didática e Mediação Pedagógica

Mediação Pedagógica – Relação Professor / Aluno
Quando trazemos à discussão, a relação professor/ aluno, entre outros estudiosos é preciso lembrar da teoria de Lev Vygotsky que muito contribuiu através de suas pesquisas sobre a importância da mediação, momento em que o aluno necessita da intervenção e que auxilia no processo de ensino e aprendizagem.
Para Vygotsky (1984), é na Zona de Desenvolvimento Proximal ( ZDP) que a interferência de outros indivíduos alcançará resultados satisfatórios, é neste momento que os professores e professoras têm de atuar como mediadores e provocadores. Para o desempenho desse papel, é preciso conhecer os processos já consolidados pela criança, ou seja, seu nível de desenvolvimento real.
A forma de se alcançar o sucesso ou não nesta construção dependerá e muito da postura do professor. Segundo Ana Cristina Souza Rangel, existe grande diferença entre um professor autoritário e um professor que tem autoridade.
O professor autoritário, não acredita nas capacidades de seu aluno de construir descobertas, realizar novas aprendizagens por si só, pois ele inibe a iniciativa deste aluno de querer aprender de diversas maneiras, não apenas da forma que seu professor aplica o conteúdo.
Nesta concepção de educação (empirista), o professor é o detentor absoluto do saber. Ele é um professor fechado para o diálogo, porque o aluno não é nada e considerado uma página em branco. Sua principal preocupação é passar o conteúdo pronto, dificultando a participação no processo de construção do conhecimento, sendo assim, não valoriza uma reflexão crítica e portanto, não forma alunos pensantes que saibam questionar e argumentar, o que tem valor é a atenção, a reprodução e memorização, por se tratar de um professor que atua para decorar definições e não para construir conceitos.
O “professor autoritário” não leva em conta os interesses e necessidades do grupo, impondo a obediência por empregar a metodologia de elogios para os alunos que “sabem e obedecem” recompensas, e até mesmo punições para os alunos considerados “indisciplinados e maus”, sendo quem rotula e classifica esses alunos é o próprio professor.
Atitudes como estas, formam alunos inseguros e muitas vezes com baixa auto-estima, dependentes e não questionadores o que os torna alunos individualistas que confiam pouco em si mesmos e nos outros.
O professor que classifica seus alunos como” bons e maus” alunos, ele reforça a competição assim, a criança se torna um adulto individualista enxergando o outro como alguém que a ameaça e não como alguém com quem pode trocar, aprender e crescer junto consigo, dificultando o desenvolvimento da autonomia e da cooperação, o que identifica este educador como alguém que não está se comprometendo com a formação de um cidadão e com o desenvolvimento do grupo social. O educador autoritário pode se manifestar de maneira explicita, deixando claro suas ações autoritárias, ou encoberta onde ele superprotege seus alunos disfarçando seu autoritarismo, evitando que o aluno enfrente frustrações e resolvendo por ela os problemas que poderia vir a enfrentar.
O professor que “tem autoridade” não faz o uso abusivo do poder para impor seus conceitos, mas respeita o conhecimento de seus alunos e incentivá-os em sua aprendizagem, acima de tudo é um educador comprometido, na medida em que problematiza, orienta, pesquisa procurando a mediação correta para que seu aluno seja beneficiado, conseguindo avançar no pleno desenvolvimento de suas potencialidades.
Não se trata de ser um professor “facilitador”, e sim alguém que interage com o grupo conhecendo cada um/a e acima de tudo respeitando seus limites, seu jeito de ser e de agir levando em consideração a sua história, a sua bagagem cultural e seu espaço criando um ambiente que favoreça o seu crescimento como “sujeito que está no mundo e com o mundo” como diria Paulo Freire.
Portanto, refletir sobre a relação entre processor/aluno envolve também uma questão de humlidade, de respeito ao outro, de respeito e compromisso com a tarefa de educar que ao se fazer esta escolha exige pensar muito criticamente sobre como exercê-la de maneira digna e comprometida. É importante lembrar que este é um exercício que deve ser contínuo, “pois o poder de um professor que tem autoridade, subsiste, entretanto, é legitimado pelo grupo, que reconhece sua competência, o estima e o respeita”. ( Baseado no texto organizado por Ana Cristina Souza Rangel/ UFRGS).
AUTORA: Emilly Silva \0/

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