Concepções Conservadoras x Concepções Transformadoras
A prática educativa vem se desenvolvendo e se aprimorando cada vez mais, encontram-se muitos recursos que podem ser explorados e trabalhados, seja no campo pedagógico, ou nas ciências exatas. Os velhos conceitos vão dando lugar para novas teorias, novas visões.
As concepções conservadoras partem sempre de um raciocínio idealista, ignorando o contexto cultural real do aluno, o conhecimento mecânico, o currículo fechado, sem espaço para novas intervenções, tudo muito técnico, sem nenhuma análise de contexto, excluindo assim, o papel transformador do sujeito. Era importante apenas o conteúdo da cartilha, as matérias dos livros, o cumprimento do plano de aula precisava ser seguido a risca, sem nenhuma intervenção “surpresa” discente. O aluno era apenas um recebedor de conteúdos.
Paulo Freire foi um dos grandes responsáveis pelas transformações em benefício da educação, instigando um aprendizado verdadeiro. A concepção transformadora mostra uma nova forma de ensinar, e não apenas métodos. Freire diz que a produção do conhecimento se dá no processo de transformação da curiosidade ingênua para a curiosidade epistemológica, ou seja, deixamos de possuir apenas o conhecimento tácito para possuir também o conhecimento cientifíco. Essa nova “visão” admite que os alunos já possuem várias concepções de mundo, todos já possuem uma bagagem que não pode ser deixada de lado durante a aprendizagem, pois fazem parte da vivência e da experiência que a pessoa já teve, justamente por este motivo a necessidade de ensinarmos o aluno a construir o conhecimento, e não apenas transferir o conhecimento, pois ele precisa relacionar o novo com o que ele já sabe, dessa forma, fazendo relações, associações é que construirá o conhecimento. Por isso, o professor já não pode mais ser apenas o que passa o conteúdo, e sim, agir como um educador, de modo que o aluno possa aprender a desenvolver o seu pensamento, raciocínio.
O professor precisa se preocupar com os alunos de fato, e não apenas com a nota que Maria tirou, o trabalho que João deixou de entregar, deve refletir sobre o que fez com que Maria tirasse uma nota não satisfatória? Quais as dificuldades que João encontra para poder realizar suas atividades em tempo hábil? É necessária a orientação para a prática do bem e não apenas fornecer conteúdos e cumprir o planejamento.
A concepção transformadora mostra que a escola precisa articular o conhecimento de vida, com o conhecimento técnico, ou seja, atividade intelectual e vida concreta se relacionam, fazem sentido.
As concepções conservadoras nos deixaram diversos elementos positivos, mas não podemos nos manter apenas tradicionais, necessitamos também de transformações e novidades.
AUTORA: Paola Saturnino(*.*)
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